Política ELEIÇÕES 2024
Urnas das eleições de 2024 barrariam hoje ataque hacker que só pode ocorrer em 2044
Projeção é feita pelo TSE com base em 30 "camadas" de segurança do sistema; especialista fala em necessidade constante de vigilância
23/07/2024 20h20 Atualizada há 6 meses
Por: Redação Fonte: O TEMPO

O sistema de captação e processamento de votos das urnas eletrônicas que serão utilizadas nas eleições para prefeitos e vereadores em outubro de 2024 barrariam, hoje, ataques hackers que só poderiam ocorrer daqui a 20 anos.

A projeção é do chefe da Seção de Voto Informatizado do Tribunal Superior (TSE), Rodrigo Coimbra, com base em dispositivos de segurança do sistema usado nos equipamentos e na evolução da tecnologia à disposição de possíveis invasores.

A impossibilidade de ataques com sucesso, que nunca ocorreram -a primeira vez que os equipamentos foram utilizados foi em 1996-  decorre das constantes modificações para aumento da segurança e da transparência do sistema.

Em 2024, os equipamentos já serão diferentes dos utilizados no pleito de 2022, quando estavam em disputa os cargos de presidente da República, governadores, um senador por estado, deputados estaduais e federais.

O sistema terá 30 "camadas" de segurança, assim como nas eleições de 2022, mas todos reforçados para evitar invasões. Essas "camadas", conforme Coimbra, funcionam como barreiras contra ataques. "Cada uma tem uma função específica", diz o servidor do TSE.

O reforço nas "camadas" é feito através de alterações nos algoritmos do sistema. Os algoritmos são o conjunto de instruções inseridos em um programa de computador para que execute a função para qual foi criado.

Uma das barreiras é a presença da assinatura digital do TSE, uma marca que permeia todo o sistema de captação e processamento dos votos.

 

O sistema de captação e processamento de votos das urnas eletrônicas que serão utilizadas nas eleições para prefeitos e vereadores em outubro de 2024 barrariam, hoje, ataques hackers que só poderiam ocorrer daqui a 20 anos.

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A projeção é do chefe da Seção de Voto Informatizado do Tribunal Superior (TSE), Rodrigo Coimbra, com base em dispositivos de segurança do sistema usado nos equipamentos e na evolução da tecnologia à disposição de possíveis invasores.

A impossibilidade de ataques com sucesso, que nunca ocorreram -a primeira vez que os equipamentos foram utilizados foi em 1996-  decorre das constantes modificações para aumento da segurança e da transparência do sistema.

Em 2024, os equipamentos já serão diferentes dos utilizados no pleito de 2022, quando estavam em disputa os cargos de presidente da República, governadores, um senador por estado, deputados estaduais e federais.

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O sistema terá 30 "camadas" de segurança, assim como nas eleições de 2022, mas todos reforçados para evitar invasões. Essas "camadas", conforme Coimbra, funcionam como barreiras contra ataques. "Cada uma tem uma função específica", diz o servidor do TSE.

O reforço nas "camadas" é feito através de alterações nos algoritmos do sistema. Os algoritmos são o conjunto de instruções inseridos em um programa de computador para que execute a função para qual foi criado.

Uma das barreiras é a presença da assinatura digital do TSE, uma marca que permeia todo o sistema de captação e processamento dos votos.

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"É como se fosse uma assinatura pessoal. Se alguém tentar inserir um dado que não conta com essa assinatura, o sistema mostra que aquilo se trata de uma intrusão", afirma Coimbra. A partir daí, essa tentativa de acesso é repelida.

Essa barreira, especificamente, é uma das presentes no sistema para evitar, por exemplo, que votos sejam acrescentados a um ou outro candidato a partir de um ataque hacker.

Uma outra das 30 barreiras para impedir acessos indevidos é que a urna eletrônica sai da fábrica onde foi montada sem funcionar. O equipamento só entra em sua fase operacional a partir do momento em que o sistema de captação e processamento dos votos é inserido pelo TSE, o que acontece já às vésperas do pleito.

Todo o sistema de proteção é pensado, conforme Coimbra, de modo a evitar tanto ataques externos como internos, que poderiam partir de funcionários do próprio TSE. "O nível de segurança das urnas hoje é suficiente para impedir um ataque hacker que só poderia ocorrer daqui a 20 anos", garante Coimbra.

Na parte da transparência, o chefe da Seção de Voto Informatizado do Tribunal Superior (TSE) afirma que em 2024 um novo relatório de votação será colocado no site da Corte para consulta pública.

Atualmente já podem ser verificadas informações sobre os votos dados em cada uma das seções e para quais candidatos. Como o voto é secreto, essas informações excluem, evidentemente, o nome de quem escolheu quem. "A urna não faz relação entre o eleitor e o voto", lembra Coimbra.

A partir de 2024, segundo o servidor, poderão ser consultados também informações sobre a chamada carga das urnas, que é o momento, já próximo ao pleito, em que os equipamentos recebem os dados sobre os candidatos. "Segurança e transparência caminham juntas", afirma o servidor do TSE.

Outro ponto que garante a inviolabilidade da urna eletrônica é que o equipamento não possui acesso à internet. Não existe também, por exemplo,a possibilidade de acessá-lo via wi-fi ou bluetooth. A urna possui dois cabos. Um que o liga à tomada e outro que faz sua conexão com o terminal do mesário.

Cerca de 500 mil urnas eletrônicas serão utilizadas nas eleições de 2024 nos 5.569 municípios brasileiros. Desse total, aproximadamente 220 mil são modelos fabricados a partir de 2023 e com entrega concluída em 2024.

As novas urnas entram em substituição a equipamentos que haviam sido fabricados em 2009, 2010 e 2011. O armazenamento das urnas é responsabilidade dos tribunais regionais eleitorais, conforme o TSE. Os novos equipamentos foram fabricados por empresa que venceu licitação realizada em 2021.

Especialista diz que sistema é seguro, mas requer vigilância constante

O professor do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Simplicio, afirma que a assinatura digital do sistema é o principal obstáculo para qualquer tentativa de ataque hacker às urnas.